O que é um genoma?
É a soma de genes que define como se desenvolve e como funciona
um ser vivo. É seu manual de instruções. O genoma
é transmitido, com variações individuais, de geração
em geração e determina a espécie do ser vivo. Neste
programa genético se encontram gravadas nossas características
hereditárias encarregadas de dirigir o desenvolvimento biológico
de cada indivíduo.
As doenças hereditárias também estão escritas
no genoma. Todos os seres vivos, desde os maiores, como o elefante e a
baleia, até os minúsculos, como as bactérias, além
de plantas, árvores e, claro, o ser humano, têm genoma. A
metade do genoma que se herda provêm do macho e a outra metade,
da fêmea. Assim se reconstrói a árvore genealógica
de todo ser vivo e a herança recebida de seus antepassados aparece
no genoma de cada ser. O genoma está escrito na linguagem química
do ácido desoxiribonucleico (DNA).
Onde se encontra o genoma?
Cada ser vivo é composto de célula.
Cada célula, que é como uma esfera de 0,01 mm de diâmetro,
contém em seu núcleo duas metades, a materna e a paterna,
do genoma do indivíduo. No ser humano se encontram 23 pares de
cromossomos, cada um composto de uma molécula comprida, enrolada
em forma de hélice dupla.
Como surge um novo genoma?
Um novo genoma se origina pela fecundação,
durante a reprodução. As células sexuais, diferentemente
de todas as outras, têm apenas metade do genoma do indivíduo.
Essa metade não é nem masculina nem feminina, mas uma combinação
delas. Para isso, os órgãos reprodutores do organismo adulto
combinam aleatoriamente partes do genoma de sua metade masculina com partes
de sua metade feminina, em um processo diferente das outras células
do corpo, gerando assim células sexuais.
No ser humano, as combinações possíveis são
da ordem de 3 bilhões elevados ao quadrado. A probabilidade de
repetir uma combinação é praticamente nula. Cada
célula sexual de um mesmo indivíduo leva uma seqüência
única, que nunca se formou antes e, depois, jamais voltará
a forma-se.
Como se desenvolve o novo genoma?
O novo genoma é totalmente autosuficiente em
seu desenvolvimento, e só precisa se alimentar. Imediatamente depois
da fecundação, começa o desenvolvimento celular dirigido
pelo genoma. A primeira célula já contém todo o material
genético capaz de formar o novo ser. A partir daí, surge,
em poucas horas, uma cópia completa de seu genoma e se formam duas
células, cada uma com essa cópia. O processo se repete sucessivamente,
passando de 4 para 8 células e assim por diante até cerca
de cem células, todas iguais.
Estas células ainda não se diferenciaram, ou seja, ainda
não têm uma função específica. Ainda
que todas as células de um indivíduo tenham o mesmo genoma,
uma vez que o programa tenha definido e que cada célula fará
no organismo adulto, não há mais caminho de volta - embora
pesquisas recentes para clonar tecidos adultos tenha conseguido uma reprodução
limitada de células já diferenciadas.
Por isso, no DNA, alguns genes se manifestam e outros se calam para sempre.
O que se conhece é apenas por que mecanismos isso ocorre. A partir
deste ponto, cada célula começa um caminho distinto segundo
o desenvolvimento diferenciado do programa genético. Algumas delas
darão origem à pele, outras ao intestino e outras ao cérebro,
por exemplo.
Como é o desenvolvimento do ser humano?
No ser humano, um mês depois da fecundação,
é possível comprovar como bate o coração e
circula o sangue, a formação dos olhos, a medula espinhal,
os pulmões, o estômago e os intestinos. Neste momento, a
mãe começa a suspeitar da gravidez por causa da ausência
de menstruação. Com 40 dias de vida, já é
possível até fazer um eletrocardiograma no embrião.
Pouco depois, um eletroencefalograma detectará atividade elétrica
no seu cérebro.
Dez dias depois, já são perceptíveis as impressões
digitais, que ficarão gravadas para sempre e diferenciarão
este indivíduo de milhões de seus semelhantes. São
claramente visíveis os olhos, orelhas e o nariz. Os lábios
se abrem e fecham. Com dois meses de gestação, todos os
sistemas do corpo estão funcionando, e o feto mede 4 cm e pesa
4 gramas. A partir daí, ele apenas aumenta de tamanho até
cerca de 22 anos de idade.
Cada genoma é único?
Das centenas de espermatozóides que tentam
entrar no óvulo, o primeiro que consegue atravessar a membrana
provoca uma mudança que a reforça e evita que outro espermatozóide
consiga fazer o mesmo. Desta maneira, o organismo assegura que o novo
genoma tem sua origem na fusão de apenas uma cópia materna
e uma cópia paterna.
Os gêmeos têm o mesmo genoma?
A regra da irrepetibilidade do ser vivo em relação
aos seus semelhantes tem uma exceção na natureza: os gêmeos.
Ele se originam de apenas um genoma, quando as células se dividiram
e têm a capacidade de gerar um ser vivo completo. São clones
naturais.
Sua separação pode ocorrer por uma pressão mecânica,
por exemplo, e assim surgem dois seres com o mesmo genoma. Este fato natural,
bem conhecido, pode ser reproduzido em laboratório com o objetivo
de gerar cópias idênticas de um ser: réplicas clonadas.
Tão parecidos e tão diferentes
· 99.8% dos dados genéticos são
comuns a todas as pessoas. Para a genética, não faz sentido
falar em raças. Mas esse 02% supõe cerca de 6 milhões
de diferenças, cujas combinações são matematicamente
suficientes para moldar seres muitos diferentes.
· A estrutura genética de cada indivíduo é
única e peculiar, exceto nos gêmeos e nos que não
apresentam diferenças em seu genoma. Porém, não deixam
de ser duas pessoas diferentes.
97% do genoma humano não exerce nenhuma
função aparentemente conhecida. Há uma grande quantidade
de informações no genoma que não serão genes.
Supõe-se que essa grande maioria de informações sirva
de elemento de controle para a expressão dos genes onde e quando
necessitem.
Fonte: INTERPRENSA
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