24 agosto 2011

SALEMA


  Salema
Uma herdade no  Baixo Alentejo: pequeno povoado a que chamavam Salema de Baixo. 
Foi onde minha mãe me deu a vida e a sua vida perdeu. Recordações  dos cinco anos, que sempre ficam na mente, e nela prevalecem pela vida.
      


      

18 agosto 2011

PIERRE E MARIA CURIE

Pierre e Marie Curie          

Casal de físicos franceses. Tornam-se célebres pela descoberta do fenômeno da radioatividade.
 Pierre Curie (15/5/1859-19/4/1906) nasce em Paris, onde se dedica ao estudo da calorimetria e da
 cristalografia e revela o princípio da piezeletricidade.

Como supervisor da Escola de Física e Química, em 1882, passa a pesquisar o magnetismo.
 Suas descobertas nesse campo são conhecidas como Lei de Curie. Marie Sklodowska Curie
 (7/11/1867-4/7/1934) nasce na Polônia e em 1891 emigra para a França, onde estuda física,
 química e matemática na Universidade de Paris. Casa-se com Pierre Curie em 1895.

Pierre e Marie CurieO casal recebe o Prêmio Nobel de Física em 1903 pela descoberta da radioatividade,
 três anos depois de identificar os elementos radioativos polônio e rádio. Pierre é nomeado professor da
 Universidade de Paris em 1904 e começa a pesquisar os raios X e sua aplicação na medicina.

Após sua morte, em 1906, vítima de atropelamento, Marie dá continuidade aos estudos sobre os raios X
 e substitui o marido na universidade. Marie Curie ganha seu segundo Prêmio Nobel, o de Química, em 1911,
 pelo isolamento do rádio puro. Em 1932 funda o Instituto do Rádio. Retirado do Sitio: http://www.algosobre.com.br/biografias/pierre-e-marie-curie.html

14 agosto 2011

 


PABLO NERUDA

ODE À CEBOLA


Cebola,
luminosa redoma,
pétala a pétala
formou-se a tua formosura,
escamas de cristal te acrescentaram
e no segredo da terra sombria
arredondou-se o teu ventre de orvalho.
Sob a terra
deu-se o milagre
e quando apareceu
teu rude caule verde,
e nasceram
as tuas folhas como espadas no horto
a terra acumulou seu poderio
mostrando a tua nua transparência,
e como em Afrodite o mar distante
duplicou a magnólia
levantando-lhe os seios,
a terra
fez-te assim,
cebola,
clara como um planeta,
e destinada
a reluzir,
constelação constante,
redonda rosa de água,
sobre
a mesa
dos pobres.

Generosa
desfazes
teu globo de frescura
na consumação
fervente do cozido,
e o girão de cristal
ao calor inflamado do azeite
transforma-se em ondulada pluma de ouro.

Recordarei também como a tua influência
fecunda o amor da salada
e parece que contribui o céu
dando-te a fina forma do granizo
a celebrar a tua luz picada
sobre os hemisférios de um tomate.
Mas ao alcance
das mãos do povo,
regada com azeite,
polvilhada
com um pouco de sal,
matas a fome
do jornaleiro no duro caminho.
Estrela dos pobres,
fada madrinha
envolta
em delicado
papel, tu sais do solo,
eterna, intacta, pura
como semente de astros,
e ao cortar-te
a faca de cozinha
sobe a única lágrima
sem mágoa.
Fizeste-nos chorar mas sem sofrer.
Tudo o que existe celebrei, cebola,
mas para mim és
mais formosa que um pássaro
de plumas ofuscantes,
és para os meus olhos
globo celeste, taça de platina,
baile imóvel
de anémona nevada

e a fragância da terra inteira vive
na tua natureza cristalina.

(tradução de José Bento, in Antologia de Pablo Neruda, editorial Inova, 1973 - As mãos e os frutos)