A minha Lista de blogues

20 janeiro 2014

O MARAVILHOSO Sado e o Alentejo

                         
http://files.linces-ajuda.webnode.com.pt/200000019-7de3c7edda/7583golfinhos%5B1%5D.jpg



O Sado (antigamente chamado Sádão) é um rio português, que nasce a 230m de altitude, na Serra da Vigia e percorre 180 quilómetros até desaguar no oceano Atlântico perto de Setúbal. No seu percurso passa por Alvalade e Alcácer do Sal, sendo a foz em frente a Setúbal. De jusante de Alcácer do Sal até à foz desenvolve-se um largo estuário separado do oceano pela península de Troia.

É dos poucos rios portugueses que corre de sul para norte, tal como o Rio Mira (Odemira, Alentejo), que é de menor dimensão.

No estuário do Sado habita uma população de golfinhos (roaz-corvineiro), que tem resistido à invasão do seu habitat pelo homem (tráfego marítimo para os estaleiros da Mitrena, para o porto de Setúbal e decorrente da pesca e da doca de recreio, além do ferry-boat de ligação entre margens).

O rio Sado não tem um grande caudal devido a vários factores, destacando-se dois: o clima mais árido do Alentejo, onde se encontra a sua nascente; e o desnível, pequeno, entre a altitude da nascente e a altitude da foz.

A bacia hidrográfica do rio Sado tem uma área de 7692 km², sendo a bacia hidrográfica de maior área inteiramente portuguesa. O estuário ocupa uma área de aproximadamente 160 km², com uma profundidade média de 8m sendo a máxima de 50m. O escoamento é forçado principalmente pela maré. O caudal médio anual do rio é de 40m³/s com uma forte variabilidade sazonal — indo de valores diários inferiores a 1m³/s no Verão até superiores a 150m³/s no Inverno
Rio Sado em Alcácer do Sal, visto da margem direita.









O Alentejo dourado

era na Escola chamado
O Celeiro da Nação

velhos tempos de miséria

em que tanta gente séria

transformou pedras em pão

 Alentejo meu amigo

de ceifeiras e ganhões

do Sol a Sol do castigo

que dava parcos tostões

 No meu Sado, meu amor

onde o herói pescador

também foi um explorado

parca  a“aviação”

mas enorme coração

no quinhão esperançado

 à chegada da traineira

já a linda conserveira

ouve a fábrica apitar

e tal como a ceifeira

faz uma jornada inteira

sem tempo pra descansar

 a riqueza acumulada

dos que sem produzir nada

viveram de gente séria

Industriais conserveiros

ou agrários garganeiros

chupam dedos à miséria

 comparando as asneiras

sem falar nas roubalheiras

dum Portugal pouco irmão

pescadores sem traineiras

prós ganhões e prás ceifeiras

um Alentejo sem pão

 João Paixão

30 dezembro 2013

Poema



      CANÇÃO GRATA

   Por tudo o que me deste:
- Inquietação, cuidado,(um pouco de ternura?
  É certo, mas tão pouco!)
  Noites de insónia, pelas ruas, como um louco...
- Obrigado, obrigado!

Por aquela tão doce e tão breve ilusão,
(Embora nunca mais, depois que a vi desfeita,
Eu volte a ser quem fui), sem ironia: aceita
A minha gratidão!

Que bem me faz, agora, o mal que me fizeste!
- Mais forte, mais sereno, e livre, e descuidado...
Sem ironia, amor: - Obrigado, obrigado
Por tudo o que me deste!

Carlos Queirós
1907-1949

                                

09 dezembro 2013

          
                     

       RECUSA

Quando mergulho no lago
Que vejo no teu olhar,
Vou suplicando um afago
Que te recusas a dar.


Percebo angústias passadas
Nesse olhar distante e vago,
E agito as águas paradas
Quando mergulho no lago


Procuro em ti a ternura
Que já deixaste secar
E perco-me na lonjura
Que vejo no teu olhar.


De sempre me olhares sem ver,
A mágoa em meu peito trago.
Antes de tudo perder
Vou suplicando um afago.


Meu coração não se cansa
De tanto te mendigar,
A derradeira esperança
Que te recusas a dar.

(Orlando Fernandes in Fronteiras do Sonho)